Santa Sé aos jovens agricultores: vocês têm a inteligência para acabar com a fome no mundo

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Vatican News

Para uma transformação sustentável dos sistemas alimentares e para que os alimentos sejam seguros e nutricionalmente adequados para todos, é de primordial importância promover o envolvimento dos jovens, que, para a Santa Sé, "desempenham um papel fundamental, que devem ser antes de tudo protegidos, acompanhados e encorajados". São declarações de Dom Fernando Chica Arellano, observador permanente da Santa Sé para a FAO, IFAD e PAM, na conclusão da conferência "Jovens e agricultura: olhando para o futuro com esperança".

Experiências de todo o mundo

O evento, realizado na sede da FAO em Roma, nesta terça-feira (28/06) foi promovido pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, a Comissão do Vaticano Covid-19, pelo movimento Economia de Francisco e pelo Fórum de Roma das ONGs de inspiração católica - assim como pela Representação Permanente da Santa Sé junto às agências da ONU ligadas com a sustentabilidade alimentar e com o objetivo de destacar as iniciativas empreendidas por grupos de jovens em todo o mundo: do Brasil à Irlanda, Burkina Faso, Quênia, Uganda e Zâmbia "para garantir alimentos saudáveis para todos e promover um futuro próspero e pacífico no qual ninguém seja deixado para trás".

Protegido do pessimismo

Os jovens, reiterou Dom Arellano, devem ser "cuidados", porque sua criatividade e ideais devem ser protegidos antes de tudo "desta onda de pessimismo e alarmismo gerada pelas numerosas e persistentes crises que estamos vivenciando". Como o Papa Francisco nos lembrou com frequência, as crises podem, de fato, ser "uma oportunidade importante para crescer" e sair melhor delas. O importante é reconhecer e buscar a verdade. Os jovens devem ser educados para isso, "a fim de contribuir para a construção de um mundo mais justo e mais humano".

Acompanhar e encorajar os jovens a participar

Assim como o agricultor sabe bem "que é preciso paciência e espera na colheita, pois após a semeadura, o grão deve descansar e ser colocado nas melhores condições para crescer e germinar, até abrir suas flores e produzir seus frutos na estação apropriada", do mesmo modo é necessário "acompanhar os jovens", para que eles possam desencadear seu potencial em tempo hábil, garantindo-lhes uma formação e ensinando-lhes um ofício, "para garantir um futuro digno para eles, suas famílias e a sociedade como um todo". É por isso que eles também devem ser "encorajados" a participar, já no presente, de formas de cidadania ativa.

Não cortar as asas do futuro

De fato, os jovens "têm a inteligência necessária para nos ajudar a extinguir a fome de nosso planeta" e por esta razão, explica Dom Arellano, devemos nos colocar a questão ética do que estamos fazendo ativamente para promover a inclusão dos jovens na agricultura e na sociedade. Os "jovens", de fato, "são amigos do realismo, da concretude, não da retórica ou de promessas que são formuladas aparentemente belas e fascinantes, mas que depois encontram resistência obstruindo sua realização" e "não podemos desapontar as novas gerações". Eles não são pessoas que esperam na expectativa de um futuro distante e "ao invés de serem pacientes, devem ser sujeitos de uma ação que contribui ativamente para reduzir a pobreza, no sentido mais amplo da palavra". Qualquer reserva neste aspecto, conclui, seria como "cortar as asas do futuro" e "dificultar a continuação natural das relações humanas".

 
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